terça-feira, 16 de março de 2010

Doce de Nozes

Minha cabeça dói e meus olhos vão ficando, aos poucos, cegos.
Mas as letras não se apagam, não ficam turvas... estão ali! mostrando-me os homens e seus filósofos; os homens e seus dogmas... os homens e suas hipóteses!!!!
Minha cabeça dói e meus ouvidos, aos poucos, vão ficando surdos. Os sons não se calam, não desafinam... estão ali! impregnando-me de músicas, de falas, de apelos de homens cheios de "boas intenções".
Minha cabeça dói e meus dedos estão aqui: tentando não traduzir as letras; os dogmas; os filósofos; as músicas; as falas; os apelos... as boas intenções. Percebo que não existem hipóteses!
Quero jogar fora os dados. Todos os dados que ainda não lancei e, só dar mais um passo... talvez um salto sobre o abismo, presente neste último pensar.
Quero descobrir a verdade encoberta por tantas ideias; tantas razões; tantas éticas, religiões e por tantos homens. E que num breve instante consiga vislumbrar nesta confusão e dores e desejos, minha alma na como sendo a mesma alma desses homens pensados por mim.
E nesse silêncio de falas, ditas num mundo cheio de gentes virtuais. Em telas, traduzidas no caos... escuto esse silêncio que por segundos me parece puro doce de nozes.

Inácia Costa